Odeio pedir desculpas por várias razões. Orgulho nem é a pior delas. O que mata é o que vem por trás das desculpas. Algumas situações são simples de lidar. Um pisão no pé, por exemplo, foi mal aê resolve. Mas em outros casos, desculpa só soa como uma palavra vazia, que tenta reverter algo que não tem volta.Outro dia eu fui, digamos, um tanto quanto grossa com alguém que amo na frente de outras pessoas. Sim, eu sabia que estava fazendo merda. Mas dentro de mim, em algum lugar, tem um botão que aciona meu Personal Pica-Pau Mau. Não sei precisar o que faz isso surgir, mas normalmente é algo que mexe, de forma que nem eu entendo bem, com meu orgulho ou minha segurança. E aí não consigo me controlar. Vem brotando lá das profundezas do pior lado do cérebro um pensamento maldoso que toma a temida forma de uma frase extremamente escrota, dessas capazes de acabar com o clima de qualquer situação. E aí, depois de um papelão desse, me sinto ainda mais estúpida de ter que pedir desculpas. Como se pronunciar a palavra fosse consertar o que aconteceu. Sim, eu sei que o objetivo de se desculpar não é reparar o passado, mas mostrar que está arrependido, que sente muito pela cagada que fez. Mas a culpa, a consciência de que a qualquer momento algo pode novamente acionar aquele botão do pica-pau mau, faz qualquer desculpa parecer inútil. Não para o outro, mas para mim.Desculpas não têm propriedade de fazer o fato passado entrar em ebulição e evaporar no ar. A grosseria continua lá, registrada na mente de quem sofreu com minha estupidez. Assumir o erro não faz a culpa sumir. Continuo envergonhada por um bom tempo, até provar pela convivência, que a merda que fiz foi exceção e não regra.E é essa a razão maior de eu odiar desculpas: saber que eu cheguei ao extremo, que passei por várias etapas, que tive a chance de parar antes, mas fui adiante, até chegar ao ponto de cometer um erro cretino e ter que me desculpar. Pior que isso é saber que pedir desculpas não me livra de cometer o mesmo erro novamente e aí então, me sentir um cocô outra vez.Por isso que tenho pavor de gente que faz da desculpa um hábito, um vício. Que ofende, erra, trai, mente e pensa que tudo se resolve com um olhar de cachorro que caiu da mudança e um “me desculpa”. Pra agredir mais só falta dizer “sou humano”. Sou capaz de mandar se fuder.Como hoje estou num dia bom, vou ser otimista. Vou acreditar que se guardar direitinho na minha memória a sensação ruim que é se arrepender e ter que se desculpar, talvez cometa menos erros. E quando ainda assim vacilar, não vou sofrer tanto quanto ou até mais que a vítima. Porque pior que ter que pronunciar essa bendita palavra, é não admitir o erro e negar se desculpar.
Nasci em Petropolis, em 26 de agosto de 1992. Sendo assim sou do signo de virgem e sou tão indecisa quando o signo pede. Curso Administração. Mas sempre tive horror a numeros e exatidões. Gosto do improvável. Tenho saudades doentias, lembranças boas de passados distantes. Carrego nostagia impregnada no peito. Sorrisos quase sempre sinceros. Choro por qualquer besteira, não vivo sem chocolate e adoro ficar em casa. Quando amo, amo de verdade, sem medidas. Gosto de cores quentes e de olhos que sabem sorrir. De amigos que são eternas crianças e de amigos que serão eternos, embora eles não saibam disso. Sou mais forte do que pensava. Odeio que não prestem atenção no que eu falo e faço. Nada melhor do que colo de vó, abraço de mãe, beijo do namorado e vodka com a amiga. Sofro de tpm crônica. Posso dizer um monte de coisas banais aqui sobre a minha personalidade, mas você vai acabar descobrindo o que no fundo já sabia. Eu não sou normal.
' .. Alguém ou ninguém. Depende pra quem. "
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